Teatro Popular

Teatro Popular

"Em 1973, termino o curso no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, fecho o piano e abro coração, mente, corpo e voz para o Teatro. E, pela via do caminho engajado, depois de fazer um curso de interpretação com Míriam Muniz e uma primeira peça com um grupo de Teatro Universitário (“O Homem do Princípio ao Fim”), mergulho com toda a alma no Teatro Popular através do Grupo de Teatro União e Olho Vivo (TUOV), cinco anos mergulhei no Teatro Popular, onde aprendi e exercitei uma arte plena - roteiro, dramaturgia, atuação, preparação corporal, coreografia, canto, cenário, sonoplastia, iluminação, maquiagem, figurino e divulgação - e participei de debates ao final dos espetáculos realizados nos bairros de periferia."

Teatro União e Olho Vivo - TUOV

"1973 também foi o ano que me entreguei para o teatro e todas as linguagens que por ele passam (música, canto, dança, cenário, figurino, maquiagem, produção, divulgação, pesquisa e dramaturgia, preparação corporal e vocal, direção de cena, interpretação, interação palco-plateia e reflexão), praticando com fé a premissa “Teatro como meio e não como fim” defendida pelo Grupo de Teatro Popular União e Olho Vivo - TUOV, ao qual estive ligada até 1979."

"ler mais..." no livro, "Em prol de cravar júbilo nos corações dormentes"

Acesse a galeria: Teatro União Olho Vivo - Saída da sede e montagem em salão comunitário.

 

Rei Momo

"A peça “Rei Momo” (que era apresentada nos bairros da periferia de São Paulo, aos finais de semana, e nos atos públicos pela anistia, democracia e de solidariedade aos presos políticos). Aqui, aprendi o ofício integrado do Teatro: trabalhei como atriz, bailarina, cantora e assistente de direção (“O Evangelho segundo Zebedeu”) fui coordenadora de expressão corporal (“Corinthians, Meu Amor”), pesquisadora (as greves no Brasil em 1968, para o espetáculo “Bumba meu Queixada”), colaborava na criação e montagem das coreografias, do som, da luz, do cenário, figurino e maquiagem, participava da divulgação e promoção dos espetáculos, de debates, palestras, seminários e festivais nacionais e internacionais (Panamá, Bolívia e Cuba). "

Acesse a galeria: Galeria Rei Momo

1974/78 - "Rei Momo"

Autor: César Vieira

Diretora: Laura Regina Tetti

Grupo de Teatro União e Olho Vivo  - Teatro Popular

 

O Evangelho Segundo Zebedeu

"O grupo de Teatro União e Olho Vivo - TUOV - foi convidado a dirigir o espetáculo O Evangelho Segundo Zebedeu, de César Vieira, junto ao grupo TESB Teatro do Sindicato dos Bancários de São Paulo. A montagem, da qual fui assistente de direção, foi realizada num Circo no bairro de Santana, em 1978. Nas fotos da estreia vemos, além das cenas do espetáculo, a apresentação do TUOV com canções e cenas em homenagem póstuma a Vitor Bortolucci Junior, compositor e diretor musical." "ver galeria..."

1978   -  "O Evangelho Segundo Zebedeu"

Autor: César Vieira

Diretora: Laura Regina Tetti

Circo do Sindicato dos Bancários

 

Bumba meu queixada

"Fizemos um espetáculo sobre a greve de 1960, dos funcionários da Fábrica de Cimento Perus. A partir dessa pesquisa e baseado nessa história, foi criado um texto que se chamou Bumba meu Queixada, com a estrutura do Bumba-Meu-Boi. Queixadas são porcos do mato que, em conjunto, afastam o inimigo; mesma atitude desses operários dentro da fábrica de cimento, que em conjunto conseguiram as suas reivindicações."

1978/79 - "Bumba Meu Queixada"

Criação Coletiva de TUOV

Texto: César Vieira

Pesquisa: Bumba Meu Boi e Movimentos Grevistas do Brasil

Grupo Coisas Nossas

"Nunca me distanciei do teatro popular, no sentindo de estar fazendo atividades sêmicas ou educativas – criativas ou educativas – junto as populações das quais eu convivi, sendo indígenas, ribeirinhas, e depois em Goiás. Em Goiás criei junto com atores da cidade um grupo de teatro popular que chama-se então o "Grupo de Teatro Coisas Nossas" que dai entra essa segunda fase do teatro popular, já numa outra perspectiva, com artistas populares da cidade, eles eram desprezados eram esquecidos, então nós fizemos um grupo de teatro onde essas pessoas, sábios e já idosos, começamos acho quando eles tinham 75 anos - eles morreram, os dois mais importantes, Dona Benta e Seu Ico, morreram com 80 anos e com uma separação de seis meses entre um e outro -  então, nesse segundo movimento do teatro popular foi como trazer para cena de volta e reconhecidos pela cidade artistas que desde criança faziam teatro nos quintais, que eram super criativos, super atores, super improvisadores, cômicos e ai a peça “A empregada” mostra tudo isso, essa veia de improviso e humorística que introduz pessoas amigas como a Cristina Campos uma grande professora, diretora, cantora parceira, uma outra amiga que nunca tinha feito teatro e que era caixa de supermercado a Giovania, a Marieta. Marieta era como a mais nova dos idosos, que hoje está com 87 anos - e hoje essa noite exatamente eu estava lendo as historias da Benta, dela quando criança, que eles conviveram, a Benta era como a protetora da Marieta quando criança e foi pelas mãos da Benta que a Marieta entrou no grupo de teatro “Coisas Nossas”."

 

Direção: Maria Julia Pascali
Apoio técnico: Sebastião Nei Rodrigues
Elenco: Teodorico  Pereira - Seu Ico - Nicolau, Viúvo  e Gafanhoto
Benta Verônica de Barros - Dona Benta - Dona Safena, Mãe da Maricota, Patroa e Cozinheira
Marieta de Souza Amaral - Mãe de Iracema, Maricota e Gafanhoto
Marta de Oliveira Lobo - Vizinha da Maricota e Gafanhoto
Maria Cristina Campos - Empregada Rosinha e Gafanhoto
Giovania Melo - Iracema, Empregada e Gafanhoto
Sebastião Nei Rodrigues - O Primo e Gafanhoto
Tadeu Lucena da Costa -  Mensageiro, Criado e Gafanhoto
Luna Coriandre - Margarida e Gafanhoto

 

Dona Benta e Seu Ico brilham no céu e no palco. Aqui junto com Marieta Amaral, Cristina Campos e Giovania Teles apresentam a comédia "A Empregada" com histórias criadas por eles mesmos durante os encontros do Grupo Coisas Nossas, do qual, no inicio, no anos de 1998, participava também Safia. A direção é de Julia Pascali. As imagens foram captadas por uma alma boa a quem agradecemos. Teatro de Pirenópolis (GO), 2001.

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Filme realizado com artistas populares de Pirenópolis, totalmente idealizado por Seu Ico, contando a história que deu origem à romaria tradicional ao Muquém, em Goiás. Esta foi uma experiência de Cinema Comunitário, dirigida por Julia Pascali, com os atores do Grupo Coisas Nossas e amigos de todas as idades. Seu Ico fez questão de interpretar dois personagens. Dois outros destaques são as participações de Dona Benta e Marieta Amaral, reconhecidas artistas de Pirenópolis, 2002/2003.